segunda-feira, 19 de março de 2012

                               O SURGIMENTO DO BAIRRO



índios Tupinambás

A área da Itinga tem pelo menos mais de dois séculos e meio com esse nome, o mesmo dado anteriormente pelos índios Tupinambás que aqui habitavam antes da chegada dos portugueses, sendo, portanto os primeiros habitantes. Localizado a cinco quilômetros do centro de Lauro de Freitas, a palavra Itinga é de origem Tupi que significa "água branca", junção dos termos "Y" (água) e "ting" (branco), é considerado o mais populoso do município, que hoje possui cerca de 80 mil habitantes, mais da metade da população da cidade.

                                                              


Casa de Torre

Tudo começou por por volta do século XVI, quando Garcia d’Ávila recebeu de Tomé de Souza em 1552, lotes de terra no litoral baiano. Nessa localidade foi instalada uma missão jesuíta que deu origem a freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, isso aconteceu em 1758, com o apoio da familia d’Ávila proprietário da Casa de Torre, também referida como Castelo de Garcia D`Ávila. 
                                 
Em alvenaria de pedra e cal, tinha a função de vigiar o sertão por um lado, resistindo aos ataques dos indígenas revoltados e o mar pelo outro, resistindo aos corsários que então procediam no litoral.
A revolta dos índios Tupinambás estava associado ao desejo dos portugueses em "organizar" os índios e  trazê-los para a  fé cristã. Reconhecendo as sérias dificuldades em "converter" os tupinambás ao cristianismo católico, e com a resistência dos índios quanto a exploração de força de trabalho e a imposição dos costumes, os portugueses sentiram a necessidade de buscar novas alternativas de força de trabalho para os engenhos, optando assim por trazer negros de várias partes do continente Africano, afim de utilizar da sua força de trabalho através da escravidão.
Durante o século XX, existiu na região da Itinga, uma fazenda conhecida como “Jaqueira”. Essa fazenda foi herança de família pertencente ao Senhor Da Hora e seu irmão Antônio Pedro, dividida e explorada pelos tios, filhos, netos, bisnetos e tataranetos, e em parte também pertenciam o exército.

Os donos da fazenda viram a mudança da região, que na época era uma mata com trilhas onde as pessoas faziam o caminho de São Cristovão até Itinga. Os moradores atravessavam o rio por uma ponte feita de poste de ferro, onde as mulheres lavavam roupas, carregavam água para beber e cozinhar.   
Em 1940, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, com o início da construção da Base Aérea e do aeroporto, é que se vê alterar mais um pouco o ritmo local, quando o então sub-distrito passa a receber gente vinda de várias partes para trabalhar nas obras.  Acabando por serem absorvidas como funcionários da Base Área, aeroporto e da “Malária”, convocada pela própria Base, para erradicar os focos de mosquitos que proliferavam nas águas estagnadas do Rio Ipitanga.
Esse significativo aumento populacional provocaria consequente aumento da necessidade por serviços, desencadeando, na década de 50, o movimento pela Emancipação Municipal, que se consolidaria no início da década seguinte.
Em 1970 foi fundado o bairro de Itinga oficialmente, e tudo começou a crescer, se transformar em loteamentos identificados por pessoas que moravam ou tinham alguma ligação com o local, como, por exemplo, o Largo do Caranguejo. O nome Largo do Caranguejo é um homenagem a um senhor, chamado Antônio Pereira Santos  que em 1972 saiu do Nordeste de Amaralina em salvador,  e passou a morar em Itinga. Seu Antônio levava uma vida simples e de muito trabalho. Jamais ele poderia imaginar que um dia pudesse se tornar uma das figuras mais conhecidas do bairro.  

Em meados da década de setenta, a ponte feita de poste de ferro que servia para os moradores atravessar o rio, onde as mulheres lavavam roupas, carregavam água para beber e cozinhar, foi substituída por uma ponte de madeira o possibilitou a passagem de jipe ou Kombi que levavam as pessoas ate as suas moradas.
Nesse período os morados perceberam a necessidade de criar um comércio local para maior conforto, deixar de ir para São Cristovão e começar a viver daquilo que a terra produzia. Então, o homem que vendia caranguejo veio morar definitivamente no bairro e investir em mercearia, lanchonete, supermercado, etc.   

Senhor Da Hora e seu irmão também contribuíram para o crescimento comercial, vendendo frutas, farinha e outros alimentos originados do sítio; daí, a Itinga começou a ganhar cara de bairro de Lauro de Freitas.


ITINGA 2012



     
Quem nunca ouviu falar do famoso Largo do Caranguejo?


Acadêmia  




Parquinho




                              
Parque Santa Rita



Praça              





Cia de dança Zuart (Colégio Sta. Rita)
 











Zambiã (Fuscão)


Paixão de Cristo

Platéia


5 comentários:

  1. Liliane, o local em que resides é muito lindo.
    Seu blog está muito bem estruturado.
    Desde já parabenizo pelo belo trabalho.

    Fico contente de poder conhecer um pouco mais sobre esse local que está tão próximo a Salvador.

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  2. Oi Liliane, o seu blog ficou muito bom, acredito que essa iniciativa foi de suma importancia para a valorização da nossa cidade e do nosso bairro!
    Adorei as fotos! A reforma da Praça deixou o nosso bairro ainda mais atraente.
    Parabéns pelo blog.
    Bjs
    Viviane Menezes

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  3. boa tarde essa fazenda jaqueira pertencia ao senhor pedro amador de sant ana, que loteou anos depois e hoje é chamado de loteamento jardim centenario, considerado o maior em itinga.

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  4. o papel deste senhor pedro amador de sant ana no processo de povoacao do bairro foi importante, ele loteando suas terras fez surgir o famoso jardim centenario. infelizmente foi esquecido da historia do lugar.

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